A sua farmácia está de luto
Durante anos os governos gastaram o que tinham e o que não tinham, prisioneiros da irresponsabilidade, dos interesses e dos ciclos eleitorais.
A factura veio agora para ser paga por todos nós.
No Estado, o Governo não toca. No sector privado e nos cidadãos, não há limites para os sacrifícios.
Desde 2010, o Estado poupou 603 milhões de euros em medicamentos nas farmácias.
Nesse mesmo período não poupou nada em medicamentos nos hospitais, que o próprio Estado gere.
Foi assim que os governos conduziram as farmácias à situação de colapso em que se encontram.
As farmácias foram destruídas em dois anos!
1.131 farmácias têm fornecimentos suspensos.
457 farmácias têm processos judiciais para regularização de dívidas aos grossistas.
O montante global da dívida litigiosa aos grossistas é de 235 milhões de euros.
Em 2012, a farmácia média apresentará um resultado líquido negativo de 40.000€
Desde 2010 o valor das vendas das farmácias reduziu 20%, mas continuaram a pagar a mesma renda, os mesmos vencimentos, os mesmos seguros, mais juros bancários e mais impostos.
A situação económica actual das farmácias é insustentável, não permitindo cobrir sequer os custos fixos na maioria delas.
O sector de farmácias, nas actuais condições, não tem viabilidade económica.
Se nada for feito, prevê-se o encerramento de 600 farmácias.
A sua farmácia pode ser uma delas.
Só a aplicação de um plano imediato de emergência pode assegurar
a sustentabilidade do sector.
A Troika está preocupada com o pagamento aos credores internacionais.
O Governo está preocupado com a Troika.
As farmácias estão preocupadas com a sua sobrevivência.
A crise das farmácias está a pôr em causa o acesso dos cidadãos aos medicamentos.
Cada vez mais as receitas não são integralmente dispensadas na mesma farmácia,
por insuficiência dos stocks ou suspensão de fornecimentos pelos fornecedores.
Os cidadãos estão a ser fortemente prejudicados no acesso aos medicamentos.
O Governo reconhece a extensão da crise das farmácias, mas tarda em agir.
O Governo tem a obrigação e a responsabilidade de tomar as medidas necessárias
para garantir a sustentabilidade do sector.
Só uma farmácia sustentável pode garantir aos cidadãos o acesso aos medicamentos.
As farmácias sempre estiveram perto das pessoas e assim devem continuar no futuro.
As farmácias estão de luto, mas não fazem greves.
As farmácias estão em crise profunda, mas continuam a trabalhar.
Não deixe que a sua farmácia encerre!
Outubro de 2012